Resumo



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O ministro Alexandre de Moraes, do STF, derrubou o sigilo do inquérito
do golpe, em que Bolsonaro e mais 36 pessoas foram indiciadas.



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No relatório final da investigação, a PF afirma que Bolsonaro tinha
'plena consciência' e 'participação ativa' na trama golpista. Leia a reportagem.



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Entre os 37 indiciados há ex-ministros e militares de alta patente.
Segundo as investigações, eles atuaram em 6 núcleos para abolir a democracia no
Brasil e evitar a posse de Lula em janeiro de 2023.



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O plano incluía até mesmo assassinar Lula, o vice Geraldo Alckmin e
Alexandre de Moraes no fim de 2022, após a eleição.



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O material foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que
deverá analisar se apresentará denúncia contra os indiciados.



 



A investigação conduzida pela Polícia Federal revelou que o grupo investigado avançou na
execução
 de um plano com o objetivo de abolir o Estado
Democrático de Direito no Brasil. Segundo o relatório, Jair Bolsonaro
(PL) 
"tinha plena consciência e
participação ativa" nas ações clandestinas promovidas pelo grupo.



O texto detalha que, ao dar continuidade à execução do plano, os
envolvidos realizaram práticas que visavam subverter a ordem
constitucional e
 inviabilizar a transição
democrática de poder.



"Dando prosseguimento à execução do plano criminoso, o grupo
iniciou a prática de atos clandestinos com o escopo de promover a abolição do
Estado Democrático de Direito, dos quais Jair Bolsonaro tinha plena consciência
e participação ativa", escreveu a PF no relatório. 
Segundo a PF, Bolsonaro realizou lives e reuniões para sustentar a
narrativa de fraude nas eleições e desacreditar o sistema eletrônico de
votação.



As ações clandestinas, organizadas e deliberadas, reforçam o caráter
articulado das investidas contra as instituições democráticas.



Além disso, os desdobramentos da investigação trazem à
tona a gravidade dos fatos, colocando 
Bolsonaro
como uma figura central no esquema. 



Alterações na minuta golpista



As evidências reforçam o comprometimento do grupo com uma tentativa de
ruptura institucional que, segundo os investigadores, teve início ainda durante
o mandato presidencial.



Bolsonaro, por exemplo, teria
recebido um rascunho da 'minuta do golpe' diretamente do assessor Filipe
Martins e do advogado Amauri Feres Saad, e
 determinado
mudanças no texto. 



"O então Presidente da República
Jair Bolsonaro teria recebido uma minuta de um decreto, que detalhava diversos
'considerandos' (fundamentos dos atos a serem implementados) quanto a supostas
interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e, ao final, decretava a
prisão de diversas autoridades".



Na lista, constavam a detenção de
ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e
Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco.



➡️O documento inicial
também decretava a 
realização de novas eleições devido a
supostas fraudes no pleito.



No entanto, Bolsonaro devolveu o
documento impondo alguns ajustes. A pedido do então presidente,
ficaram mantidas somente a determinação de prisão do ministro Alexandre de
Moraes e a realização de novas eleições presidenciais.



Pressão por apoio



Bolsonaro também teria convocado os
Comandantes das Forças Militares no Palácio da Alvorada para apresentar o
documento e pressionar as Forças Armadas.



Ele contou com o alinhamento de
alguns militares, como o comandante da Marinha, Almir Garnier, enquanto outros,
como o comandante do Exército Freire Gomes, resistiram.



De acordo com a investigação, as
mensagens subtraídas do celular do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de
ordens de Bolsonaro, provam que o então titular do Planalto participou
pessoalmente das ações de 
"pressão" ao comandante do
Exército para que aderisse à trama golpista.